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Sorria, você está sendo medido! O uso do Business Intelligence no Direito

Artigo escrito por Rui Caminha Barbosa
Advogado, empreendedor digital, graduado pela Universidade de São Paulo, mestrando pela FGV-SP, fundador e CEO da Juristec+, co-fundador e diretor do Villa - Visual Law Studio, professor de Visual Law, palestrante internacional, mais de 15 anos dedicados à inovação jurídica e pioneiro no desenvolvimento de tecnologias e soluções em jurimetria, ciência de dados jurídica, IA aplicada ao direito, analytics e Visual Law.

Existem certas teorias que não envelhecem e algumas máximas que não se desgastam e permanecem válidas por muito tempo. Eu gosto de começar palestras e seminários com um aforismo do filósofo grego Heráclito de Éfeso (500 a.C.), o qual nos ensina que “a única constante é a mudança”, e que mais de 2.500 anos depois, continua atual e provocativo.

Os tons de atualidade e provocação parecem inerentes a essas declarações. Esse também é o caso de Peter Drucker, o “papa” da administração moderna, quando nos evidencia que devemos ter métricas se quisermos gerenciar e que nada de bom surgirá quando não há gestão.

Mas o que isso tem a ver com o Direito? Tudo e mais um pouco. Afinal, por muito tempo se criou uma imagem, um verdadeiro dogma, de que tudo relacionado ao Direito era subjetivo, relativo e permeado de “poréns”, “talvez” e “entretantos”; em que a prestação jurídica, por se constituir como uma obrigação de meio e não de resultado, estaria isenta de prestar contas.

Mas esse tempo acabou. Você pode até não querer acreditar, continuar respondendo a cada indagação com um “veja bem…” e achar que a qualidade dos seus serviços não deva ser medida pelos resultados ou com indicadores objetivos. Realmente, cabe a cada um saber como lidar com os fatos. Contudo, os fatos são esses: todos nós somos medidos e a todo tempo. E nós, profissionais da área jurídica, temos um enorme tempo perdido a cobrir. Estamos muito atrás de várias outras áreas ou segmentos como contabilidade, finanças, vendas, marketing, operações e tantos outros. Na verdade, é difícil encontrar qual segmento da indústria ou conhecimento que não esteja mais avançado do que o setor jurídico quando se fala de uma cultura orientada a dados. Ainda estamos dando os primeiros passos, mas já vamos ter que aprender a correr, pois não há mais tempo a perder.  Mas por onde começar? Pelo básico: as três etapas do problema:

1.     Visões e Indicadores de Desempenho

2.     Relatório Base

3.     Sistema de B.I

Antes mesmo de começar a tratar sua base, você precisa saber onde você quer chegar. Mas saiba que você não precisa de um relatório com 50 campos diferentes ou mais para extrair bons insights. A partir de 10 campos bem preenchidos, alguns indicadores básicos (e fundamentais), já é possível extrair relatórios excelentes. Por isso recomendamos fazer o serviço de trás para frente: primeiro definimos aonde queremos chegar (visões) para então sabermos o que será necessário levar na bagagem – assim não carregamos excessos desnecessários.

Ou seja, antes mesmo de detalharmos os indicadores, precisamos definir quais visões mais gerais queremos ter da nossa base. Isso porque, quando observamos uma operação jurídica, a tendência é dividi-la em diversas áreas: contencioso cível, contencioso trabalhista, contratos, societário, etc. Essas áreas podem ser observadas sob diversas óticas: panorama geral, aspectos financeiros, comparativos, dados de eficiência, etc. A partir disso, você pode separar essas áreas em verticais para, então, aplicar as visões que deseja ter das mesmas. Essas visões (que passaremos a chamar de dashboards) são formadas por um conjunto de indicadores que podem ser subdivididos em uma estrutura narrativa que faça sentido (storytelling de dados) para você obter os insights necessários para uma atuação jurídica de excelência.

Veja o exemplo abaixo, onde apresentamos a Matriz de Gestão de Dados Jurídicos que criamos para facilitar a implantação de uma métrica jurídica qualificada, onde dividimos uma operação jurídica em oito áreas, e para cada área criamos um dashboard que apresenta diversas subdivisões que podem ser cruzadas para apresentar vários dashboards ou ângulos de visão por área. Dentro da área de contencioso geral, por exemplo, é possível ter uma visão financeira ou de eficiência, ou de um cliente ou área do direito específica. 

O conjunto acima permite a criação de  177 indicadores diferentes e todos foram compostos utilizando apenas 20 campos processuais de um relatório base (veja tabela abaixo). 

Alguns desses campos não são facilmente “capturados” pelas ferramentas de data crawler disponíveis atualmente. Contudo, são campos de preenchimentos corriqueiros e que podem ser facilmente imputados em seu sistema de gestão processual (ERP Jurídico) ao longo da sua prática jurídica.

Mas por que manter um sistema bem alimentado? Porque sem dados estruturados, você não tem as informações necessárias para realizar análises assertivas e otimizadas – e daí voltamos para o começo do nosso artigo, onde caímos no risco de emitir opiniões sem evidências e com pouco valor.

Agora, coloque na sua bagagem um sistema de Business Intelligence (BI), que é uma ferramenta poderosa para o fim que se propõe: transformar dados em informação. Você até pode achar que isso não é necessário, mas recomendo que você utilize das tecnologias disponíveis que facilitam e agregam valor às suas atividades para obter uma atuação mais assertiva, de forma rápida e segura.

Não está convencido? Então pensa assim: em tese, você não precisa de um computador com um processador de texto para fazer petições. Mas você usa. Por quê? Porque é melhor. Assim como você utiliza a internet para pesquisar jurisprudência, o Power Point para criar apresentações e o Excel para montar planilhas. Elas são ferramentas extremamente úteis. E apesar de você conseguir gerar “inteligência de negócio” na mão, saiba que isso é demasiado custoso e complexo. Daí a importância de encontrar uma ferramenta que catalise o seu aprendizado e acelere os seus resultados.

Nesse sentido, a empresa líder em informação e sistemas jurídicos no mundo, Thomson Reuters, juntou-se a startup pioneira no desenvolvimento de soluções tecnológicas em dados jurídicos, Juristec+, e criou o Legal One Analytics, o primeiro e mais completo sistema de Business Intelligence Jurídico do Brasil. Embarque com a gente nessa jornada de transformação para preparar a sua organização para uma nova fase do Direito, orientada a dados. Afinal, o futuro é analítico e ele já começou. Você está preparado?

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