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Smart contract e Drex: como elas impactam o mundo jurídico? 

A tecnologia blockchain está remodelando o cenário financeiro global. Após receber grande atenção com os NFTs, esse recurso moderno se destaca na atualidade com os smart contracts, ou contratos inteligentes.

O surgimento da Drex, a moeda digital criada e operada pelo Banco Central do Brasil, potencializou ainda mais as vantagens que ele pode proporcionar ao mundo dos negócios.

É essencial que escritórios de advocacia e departamentos jurídicos acompanhem as vantagens e os desafios que essa novidade traz. Assim, conseguirão diminuir o número de disputas em contratos firmados com o auxílio dessas ferramentas e colaborar para solucionar aqueles que forem inevitáveis.

Quer entender esses conceitos e como eles impactam o universo jurídico? Vale seguir com a leitura deste artigo.

O que é a Drex?

A Drex emerge como uma inovação singular, representando uma nova era financeira no cenário brasileiro. Essa moeda digital brasileira é projetada para facilitar transações digitais de forma eficiente e segura.

Ela se destaca não apenas por sua natureza descentralizada, com base em tecnologia blockchain, mas também pela aplicabilidade possível em diversos setores da economia. Trata-se de oferecer uma alternativa digital altamente segura e ágil ao sistema monetário tradicional.

Ao contrário das moedas convencionais, a Drex opera independentemente de instituições financeiras tradicionais. A arquitetura dela, baseada em criptografia, proporciona um alto nível de segurança, atraindo usuários que buscam uma forma de interagir financeiramente de maneira mais eficiente e privada.

A Drex não é apenas uma nova forma de dinheiro, mas também um símbolo de transformação no modo como a sociedade brasileira concebe e realiza transações financeiras.

O que são os smart contracts?

Para advogados, a compreensão profunda dos smart contracts é essencial, dada a crescente influência desses contratos inteligentes na paisagem legal contemporânea.

Os smart contracts são programas de computador autoexecutáveis que facilitam, verificam ou fazem cumprir a execução de termos contratuais quando as condições predefinidas são atendidas. Em outras palavras, eles representam uma forma inovadora de criar e gerenciar acordos, sem a necessidade de intermediários tradicionais.

Em um nível mais prático, os smart contracts operam em uma plataforma blockchain, que é um registro descentralizado e imutável de todas as transações. Isso assegura transparência e integridade, fatores fundamentais no contexto legal.

A codificação dos termos contratuais em algoritmos executáveis elimina ambiguidades e interpretações divergentes, proporcionando uma execução eficiente e automática das cláusulas acordadas.

O papel dos advogados nos smart contracts

O papel dos advogados na aplicação dessa tecnologia é multifacetado e fundamental para que esses contratos inteligentes operem de maneira eficaz, legal e ética. Além de redigir e revisar as bases que darão origem aos smart contracts, há outras ações igualmente importantes.

Por exemplo, as leis e regulamentações variam significativamente em diferentes jurisdições. São esses profissionais jurídicos os responsáveis por assegurar que os smart contracts estejam alinhados com as normas legais locais e internacionais. 

Isso inclui considerações sobre contratos digitais, assinaturas eletrônicas e questões relacionadas à propriedade intelectual.

Algumas das outras ações que cabem aos advogados nesse contexto são:

Educação e orientação

Muitas partes envolvidas em transações com smart contracts não têm um entendimento técnico aprofundado.

Cabe a esses especialistas jurídicos o papel de educar e orientar clientes sobre as complexidades desses contratos digitais, explicando as implicações legais e fornecendo aconselhamento sobre os riscos e benefícios associados.

Atualização constante

A tecnologia está em constante evolução e é preciso que profissionais da área busquem estar atualizados sobre as mudanças, atualizações regulatórias e casos jurídicos relevantes para oferecer aconselhamento informado e preciso.

Qual é a relação de uso do Drex com os smart contracts?

A relação de uso entre o Drex e os smart contracts representa uma sinergia inovadora que está moldando a maneira como as transações financeiras e contratuais ocorrem no cenário brasileiro.

Por exemplo, esses contratos inteligentes podem ser programados para executar automaticamente pagamentos quando determinadas condições são atendidas. Ao utilizar o Drex como a moeda de troca, possibilitam pagamentos instantâneos e sem atrasos, criando eficiência e transparência nas transações financeiras.

Ao integrar o Drex com smart contracts, é possível automatizar uma variedade de cláusulas contratuais. Isso inclui a liberação de pagamentos com base no cumprimento de metas específicas e a renovação automática de contratos.

Além disso, a combinação das tecnologias reduz os custos associados a intermediários e processos manuais. Essa eficiência é particularmente valiosa em setores onde a agilidade nas transações é crucial.

O judiciário e os smart contracts

O avanço tecnológico, incluindo os smart contracts, representa uma evolução significativa para o sistema judiciário. Essas ferramentas agilizam procedimentos e reduzem a ocorrência de erros humanos, apenas para citar dois exemplos aplicáveis à maioria dos casos.

No entanto, é imprescindível que os profissionais dos escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e todo o sistema jurídico estejam atentos aos desafios que podem surgir nesse contexto.

Um dos principais desafios enfrentados pelo judiciário em relação aos smart contracts é a determinação da jurisdição e da aplicabilidade das leis. Dado que as transações ocorrem por vezes de forma descentralizada em blockchains de diferentes países, surge a questão de qual sistema legal deve ser aplicado em caso de disputas.

Os tribunais podem encontrar dificuldades em assegurar a execução de decisões e a aplicação de sanções em um ambiente onde não existe uma autoridade centralizada. A arbitragem automatizada, por meio de cláusulas incorporadas aos contratos, eventualmente se torna uma solução, mas requer aceitação e reconhecimento pelas partes envolvidas.

A rápida evolução da tecnologia exige uma atualização constante da legislação para lidar adequadamente com os desafios apresentados nesse contexto. Legisladores e o judiciário precisam trabalhar em conjunto para criar um ambiente legal que incentive a inovação, ao mesmo tempo em que protege os interesses de todos.

Por fim, vale ressaltar que a complexidade dos smart contracts exige uma educação jurídica contínua para os profissionais do direito, a fim de que se mantenham atualizados sobre as novidades à medida que surgem.

Se você deseja se manter atualizado sobre o futuro do Direito na relação com recursos modernos que estão surgindo, vale a pena entender o futuro do direito e a tecnologia jurídica como aliada. Aproveite!